Lição 7: Benignidade: um Escudo Protetor contra as Porfias (Subsídio)

Aqui, estudaremos sobre a benignidade em relação a Deus e aos crentes. Vermos nosso Salvador Jesus como um exemplo de benignidade. Em contra partida abordaremos mais uma das obras da carne - as porfias.
I. BENIGNIDADE, O FRUTO DO ESPÍRITO PARA UM RELACIONAMENTO SAUDÁVEL (Gl 5.22)
1. DEFINIÇÕES.



VEJA TAMBÉM
A palavra benignidade no grego “chrestotes” (Gálatas 5.22). No hebraico é “hesed” (Salmos 26.3).
a) Compreendendo o termo hesed.
Hesed no Antigo Testamento significa uma atitude, tanto de Deus como do homem, que nasce do relacionamento mútuo, corresponde a um relacionamento de confiança, hesed no soberano o faz proteger seu domínio; hesed dá aos homens segurança em seus tratos mútuos.
Hesed também denota “bondade” ou “ajuda” recebida de um superior. O significado flutua entre “obrigação” (aliança), “fidelidade” e “amor” ou “graça”. Frequentemente, hesed está associado com perdão e é quase igual a “misericórdia” ou “clemência” (Ex 20.6; 34.6,7; Mq 7.18).
O hesed divino é exaltado no Salmo 136. No Salmo 40. Quando hesed se refere a Deus, indica, em geral, o amor divino fluindo para os pecadores em bondade imerecida. No lado divino, hesed designa particularmente graça. Em um sentido religioso, o hesed de Deus sempre significa sua ajuda misericordiosa e fiel.

1) A descrição da benignidade de Deus.
É descrita como:
(1) boa (Sl 69.16, ARA, “compassiva... graça”);
(2) maravilhosa (“SI 17.7, ARA, “maravilhas da tua bondade”; SI 31.21, ARA, engrandeceu a sua misericórdia”);
(3) grande (Ne 9.17, ARA, “grande em bondade”);
(4) excelente (SI 36.7, ARA, “preciosa”);
(5) misericordiosa (SI 117.2, ARA, “grande... misericórdia”);
(6) muito numerosa (Is 63.7, ARA, “multidão das suas benignidades”);
(7) eterna (Is 54.8, ARA, “misericórdia eterna”);
(8) melhor do que a vida (SI 63.3, ARA, “graça...”). Uma consideração cuidadosa sobre o comportamento de Deus dá a percepção disso (SI 107.43).

2) Os crentes e a benignidade de Deus.
Os crentes:
(1) louvam a Deus por sua benignidade (SI 92.2; 138.2);
(2) procuram-na (Sl 51.1) e recebem graça por meio dela (Is 54.8);
(3) proclamam-na a outros (SI 40.10);
(4) são confortados por ela (Sl 119.76) e
(5) oram para que ela seja mostrada (Sl 17.7; 143.8), por sua continuação (Sl 36.10) e extensão (Gn 24.12; 2Sm 2.6).

3) Deveres dos crentes em relação à benignidade de DEUS:
Eles devem:
(1) esperar por ela na aflição (SI 42.7,8) e
(2) rogar pela manifestação da bondade de outrora (Sl 25.6; 89.49).

b) Os significados de chrestotes (Gl 5.22; Tito 3.4).
Ø A palavra benignidade em Gaiatas 5.22 é tradução do termo grego cherestotes, que significa bondade como qualidade de pureza e também como disposição afável de caráter e atitudes. Abrange ternura, compaixão e brandura (GILBERTO, António. O Fruto do Espírito; A plenitude de Cristo na vido do crente. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD).
Ø “Benignidade” (gr. chrestotes), isto é, não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1Pe 2.3) [Bíblia de Estudo Pentecostal].

2.  A DIFERENÇA ENTRE BONDADE E BENIGNIDADE.
Benignidade e bondade são termos muito ligados entre si. Com muita frequência se traduz também por bondade (Tito 3.4; Romanos 2.4; 2 Coríntios 6.6; Efésios 2.7; Colossenses 3.12; Gálatas 5.22). A benignidade e a bondade são aspectos tão íntimos do fruto do Espírito que é difícil distingui-los. Quem é bom, também é benigno; e vice-versa. Alguém afirmou que a benignidade é amor compassivo; e a bondade, amor atuante, em ação. Estas virtudes, produzidas em nós pelo Espírito Santo, aludem ao nosso relacionamento com o próximo.
A bondade (gr. agathosyne) pode reprovar, corrigir e disciplinar; a benignidade (gr. chrestotes) só pode ajudar. Benignidade nos homens é a gentileza simpática ou doçura de gênio que deixa os outros à vontade e recua diante da ideia de provocar dor. A benignidade está intimamente ligada à sinceridade e ao respeito ao próximo.

II. A BENIGNIDADE É RESPONSÁVEL POR UM RELACIONAMENTO SAUDÁVEL ENTRE OS SERVOS DE DEUS
Benignidade e uma virtude que nos dá condições de tratar os outros com carinho e meiguice. Deus é benigno (Lc 6.35), isto é, a benignidade faz parte da sua própria substância. Por isto a Bíblia fala das riquezas (Rm 2.4), e da grandeza (SI 5.7) da sua benignidade, que se elevam até os céus (SI 108.4).
A Bíblia fala da benignidade de Jesus (2 Co 10.1). É desta fonte que o Espírito Santo transmite a benignidade como fruto. Lemos em 2 Coríntios 6.6: “... na benignidade, no Espírito...". O Espírito Santo nos quer revestir desta benignidade (Cl 3.12,13) para uma vitória completa.

Alguns dizem que delicadeza é um sinal de fraqueza, mas eles estão errados! Abraham Lincoln era famoso por sua humildade e delicadeza, e nunca poderemos dizer que ele era fraco. Pelo contrário, o grande homem que ele foi resultou da combinação da sua grande força de caráter com seu espírito gentil e compassivo. Um coração gentil é um coração contrito – um coração que chora pelos pecados dos maus e pelos sacrifícios dos bons.

Comentarista de Subsídios EBD: Ev. Jair Alves
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III. PORFIAS, OBRAS DE CRENTES CARNAIS (Gl 5.20)

1. DEFININDO “PORFIA”.
“Porfias” (gr. eris), isto é, brigas, oposição, luta por superioridade (Rm 1.29; 1Co 1.11 - 13; 3.3). Aquele que gosta de porfias é contencioso, argumentativo e combativo. Vive sempre pronto a desafiar outras pessoas.
Algumas traduções bíblicas para a palavra grega “eris
Ø Porfias (Gl 5.20 – ACF)
Ø Contenda (Rm 1.29 – ARA)
Ø Rivalidades (Rm 1.29 – KJA e NVI)
Ø Discórdias (Rm 1.29 – Almeida Século 21)
Ø Brigas (Rm 1.29 – NTLH)

O fato realmente relevante no tocante ao uso que Paulo faz da palavra “eris” é que quatro de suas seis ocorrências têm conexão com a vida na Igreja. Três delas se acham nas cartas a Corinto (1Co 1.11; 3.3; 2Co 12.20).
É eris que divide a igreja de Corinto em facções e partidos que alegam ser de Cefas, de Apolo, de Paulo e de Cristo. É eris que dividiu a igreja, e que trouxe inimizade onde deveria haver amor. Na carta aos Filipenses, Paulo escreve que aqueles que pregam em concorrência maligna contra sua pessoa, e cuja pregação dirige-se à sua desmoralização mais do que à glorificação de Cristo, estão pregando com eris (Fp 1.15). Aqui estamos chegando perto do significado de eris. Eris invade a igreja e torna-se característica da Igreja, quando os líderes e os membros têm em conceito mais alto as pessoas, os partidos, os lemas e as questões pessoas do que o conceito que têm de Cristo. Sempre que Jesus Cristo é destituído do lugar central de uma igreja, todos os relacionamentos pessoais desandam.
Nenhum pecado invade a igreja mais comumente do que eris; nenhum pecado destrói mais a fraternidade crista; mas eris nem sequer consegue penetrar na Igreja, se Cristo for soberano ali.

2. CRENTES CARNAIS NA PRÁTICA DE PORFIAS.

a) Há pregadores carnais, pois pregam com porfia e inveja (Fp 1.15).
“Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade (Filipenses 1.15)”.
Homens anunciam a Cristo, mas, por assim dizer, fazem-no por estarem agindo segundo a carne. Esse pecado também é alistado na “lista de vícios”, em Rm 1.29, como uma das características dos pagãos ou incrédulos.
Percebe-se que até mesmo crentes carnais podem anunciar a Cristo, fazendo-o por espírito de contenda, como se estivessem em competição com outros pregadores. Geralmente fazem-no como representantes de alguma “facção” da igreja, o que fica demonstrado por seu espírito de “partidarismo”, imaginando que seu grupo particular seja o grupo correto, o que, por sua vez, com provaria, por seus “resultados”, que eles (os facciosos) fazem parte do “ministério verdadeiro”.

Há denominações evangélicas que têm sido fundadas com base na porfia e inveja, pois muitas delas têm tido origem em alguma espécie de “contenda”, no seio da igreja, que tem procurado destruir a unidade do corpo.

b) Há crentes envolvidos em porfias na igreja
O Esse vocábulo porfia foi utilizado por Paulo, a fim de descrever as facções em luta, existentes em Corinto, que haviam causado divisões na igreja, cada qual a defender um personagem que exaltava.
Começaram a surgir porfias entre os dirigentes da igreja de Corinto (1Co 1.12; 3.22).  Alguns membros da igreja passaram a considerar mais a certos ministros do evangelho do que o próprio evangelho. Paulo condena essa atitude, e os faz lembrar que nem ele, nem qualquer outro homem foi crucificado por amor a eles.

Esse mesmo erro ainda existe hoje. Alguns crentes se apegam mais a certo pastor ou evangelista do que a Cristo e à sua Palavra. Essa atitude pode torná-los infiéis aos princípios cristãos e até mesmo levá-los a dividir a igreja. Sempre devemos tomar o cuidado de concentrar nosso amor, devoção e lealdade em Deus e na sua Palavra; não em qualquer pastor ou outra pessoa.
c) As porfias causam contendas e divisões na igreja.

Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?” (1Co 1.11-13).

A CLASSIFICAÇÃO DOS DIVERSOS GRUPOS MENCIONADOS EM 1CORÍNTIOS 1.12

1. O partido da liberdade: seguidores de Paulo.

2. O partido intelectual: seguidores de Apolo.
Apolo era um eloquentíssimo judeu alexandrino, sendo o líder cristão mais filosófico que se conhecia, e os irmãos com tendências para a eloquência e a filosofia passaram a apoiá-lo.
Devemos observar como Apoio se recusara a participar desse espírito faccioso, e como, com base nisso, se recusara a retornar a Corinto, a fim de que sua fama e influência não viessem a contribuir para exacerbar ainda mais as controvérsias que rugiam naquela comunidade cristã (1Co 16.12).

3. O partido judaizante: seguidores de Cefas. Cefas é o aramaico para o nome próprio ‘Petros’, traduzido em português por Pedro. (João 1.42).
Pedro, por sua vez, tomara posição ao lado de Paulo, devido ao problema do legalismo (Ver Atos 15).
4. O partido exclusivista: aqueles que diziam, ‘sou de Cristo’.
 O "partido de Cristo" provavelmente consistia dos falsos mestres que eram inimigos do apóstolo (1Co 4.18,19) e que alegavam ter espiritualidade e "sabedoria" superiores.  Acreditavam que seus conhecimentos ("ciência", 1Co 8.1) os isentavam das restrições da lei (1Co 6.12; 10.23) e das exigências da moralidade (1Co 5.2). Estavam procurando induzir a igreja para o seu evangelho distorcido (2 Co 11.4,20,21).
Comentarista de Subsídios EBD: Ev. Jair Alves
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