Desfazendo objeções contra a apologética - Subsídios Dominical

VEJA:

Home Top Ad

Post Top Ad

A Carreira Que Nos Está Proposta [ Revista Digital Cristão Alerta - 2° Trimestre 2024

Desfazendo objeções contra a apologética

O cristianismo está sob ataque hoje, e deve ser defendido. Há ataques do lado de dentro, com seitas e heresias; e há ataques de fora, desferidos por ateus, céticos e outras religiões. A disciplina que lida com uma defesa racional da fé cristã é chamada de apologética. Ela vem da palavra grega “apologia” (1Pe 3.15), que significa dar uma razão ou fazer uma defesa.

Muitas objeções têm sido oferecidas contra fazer apologética. Alguns oferecem uma tentativa de justificação bíblica. Outros são baseados em um raciocínio extrabíblico. Vamos dar uma olhada naquelas baseadas em textos bíblicos.

1) "A Bíblia não precisa ser defendida".
Uma objeção à apologética muito comum é a afirmação de que a Bíblia não precisa ser defendida, mas simplesmente exposta. Hebreus 4.12 é frequentemente citado como prova: "A Palavra de Deus é viva e eficaz...". Dizem que a Bíblia é como um leão, que não precisa ser defendida, mas simplesmente solta. Um leão pode se defender. Porém, várias coisas devem ser notadas em resposta.
 
Primeiro, isso levanta a questão de saber se a Bíblia é ou não a Palavra de Deus. Claro, a Palavra de Deus fala por si. Mas, como sabemos que a Bíblia é a Palavra de Deus, ao contrário do Alcorão, o Livro de Mórmon ou algum outro livro? Deve-se recorrer a provas para determinar quais dos muitos livros em conflito realmente é a Palavra de Deus.

Segundo, nenhum cristão aceitaria a reivindicação de um muçulmano de que, sem dúvida, "o Alcorão é vivo e eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes...". Nós exigiríamos prova. Da mesma forma, nenhum não-cristão se sente obrigado a aceitar a nossa alegação sem provas.

Em terceiro lugar, a analogia do leão é enganosa. Um rugido de um leão fala com autoridade apenas porque temos o conhecimento prévio do que um leão pode fazer. Sem os contos de aflição sobre a ferocidade de um leão, seu rugido não teria o mesmo efeito de autoridade sobre nós. Da mesma forma, sem evidência para estabelecer uma afirmação de autoridade, não há nenhuma boa razão para aceitar essa autoridade.

2) "Jesus se recusou a fazer sinais para homens maus".
Alguns argumentam que Jesus repreendeu as pessoas que buscavam sinais. Por isso, devemos estar contentes simplesmente em acreditar sem provas. Na verdade, Jesus fez na ocasião uma repreensão aos buscadores de sinais. Ele disse: "Uma geração má e adúltera pede um sinal miraculoso!" (Mt 12.39; Lc 16.31). No entanto, isso não significa que Jesus não deseja que as pessoas olhem para as provas antes que eles acreditem, por muitas razões.

Primeiro, mesmo nesta passagem, Jesus passou a oferecer o milagre da Sua ressurreição como um sinal de quem Ele era, dizendo: "Mas nada será dado, senão o sinal do profeta Jonas" (Mt 12.39,40). Da mesma forma, Paulo deu muitas evidências para a ressurreição (1Co 15) e Lucas fala de "muitas provas incontestáveis" (At 1 .3) da ressurreição.

Segundo, quando João Batista perguntou se Jesus era o Cristo, Ele ofereceu milagres como prova, dizendo:  "Ide  e anunciai a João o que tendes visto e ouvido:   os   cegos veem, os coxos andam,   os  leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e o evangelho é anunciado aos pobres" (Mt 11.5). Ao responder aos escribas, Ele disse: "Mas, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados, Ele disse ao paralítico: 'Eu lhe digo, levante-se, toma o teu leito e vai para casa"  (Mc 2.10-11). Nicodemos disse a Jesus: "Rabi, sabemos que você é um mestre que veio de Deus. Porque ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, se Deus não fosse com ele" (Jo 3.2).

Em terceiro lugar, Jesus se opôs a entreter as pessoas com milagres. De fato, Ele se recusou a realizar um milagre para satisfazer a curiosidade do rei Herodes (Lc 23.8). Em outras ocasiões, Ele não fez milagres por causa da incredulidade das pessoas (Mt 13.58), não desejando ‘ lançar pérolas aos porcos”. O propósito dos milagres de Jesus foi apologética, ou seja, para confirmar sua mensagem (Êx 4.1; Jo 3.2; Hb 2.3,4). Ele faz isso em grande abundância, pois, como afirmou Pedro, "Jesus de Nazaré foi um homem aprovado por Deus entre vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus fez entre vocês por intermédio dEle" (At 2.22).

3) "Paulo não teve sucesso em seu uso da razão em Atenas e mais tarde descartou essa abordagem".
Adversários da apologética, por vezes, argumentam que Paulo não teve sucesso em sua tentativa de alcançar os pensadores no Areópago (At 17), descartando o método e, mais tarde, sublinhando que Paulo disse aos coríntios que ele queria "conhecer Jesus e somente a Ele" (1Co 2.2 ). No entanto, essa interpretação é baseada em um mal-entendido do texto.
Por um lado, Paulo teve resultados em Atenas. Algumas pessoas foram salvas, incluindo um filósofo. O texto diz claramente que "alguns homens se tornaram seguidores de Paulo e criam" e "entre eles estava Dionísio, membro do Areópago, também uma mulher chamada Damaris, e muitos outros" (At 17.34).

Em segundo lugar, em nenhum lugar em Atos ou em 1Coríntios há uma indicação de que Paulo teve qualquer arrependimento ou mesmo pesar quanto ao que fez em Atenas. Essa é uma leitura do texto que simplesmente não está lá.

Terceiro, a declaração de Paulo sobre a pregação de Jesus, e somente Jesus, não significa que houve uma mudança no conteúdo da pregação de Paulo. Isso é o que ele fez em toda parte! Mesmo para os filósofos ele "pregava Jesus e a ressurreição" (At 17.18, 31). Então, não havia nada original sobre o que ele pregava, a questão era simplesmente como ele fizera  isso.   Paulo adaptou sua abordagem ao público. Com as nações em Listra, ele começou por um apelo à natureza (At 14) e terminou com a pregação de Jesus a eles. Com os judeus, começou com o Antigo Testamento para chegar até Cristo (At 17.2-3). Mas, com os pensadores gregos,  Paulo começou com a criação e a razão para falar da existência de um Criador e em seguida falar do Seu Filho Jesus, que morreu e ressuscitou (At 17.24).

4) "Apenas a fé, e não a razão, pode agradar a Deus".
Hebreus 11.6 afirma que "sem fé é impossível agradar a Deus". Isso parece argumentar contra a necessidade de razão. Parece até que pedir razões, ao invés de simplesmente acreditar, desagrada a Deus. Em resposta a esse argumento contra a apologética, dois pontos importantes devem ser feitos.

Primeiro de tudo, o texto não diz que, com razão, é impossível agradar a Deus. Ele diz que sem fé não se pode agradar a Deus. Ele não elimina a razão de acompanhar a fé, não elimina uma fé razoável.

Segundo, Deus de fato nos convida a usar a nossa razão (1Pe 3.15). De fato, Ele nos deu "clareza" (Rm 1.20) e "provas convincentes" (At 1.3), de modo que não temos de exercer uma fé cega.

Em terceiro lugar, esse texto em Hebreus não exclui "evidência", mas, na verdade, ele implica "evidência". Pois é dito que a fé é "a evidência" das coisas que não vemos (Hb 11.1). Por exemplo, a evidência de que alguém é uma testemunha confiável justifica minha crença em seu testemunho do que viu e eu não. Mesmo assim, nossa fé em "coisas que não vemos" (Hb 11.1) justifica-se pela evidência que temos de que Deus existe, que é "claramente visto" e pode "ser compreendido a partir do que foi criado" (Rm 1.20).

5) "Paulo disse que Deus não pode ser conhecido pela razão humana, quando escreveu: 'O mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus' (1Co 1.21)".
No entanto, isso não pode significar que não há provas da existência de Deus, já que Paulo declarou em Romanos que a evidência da existência de Deus é tão simples ao ponto de tornar até mesmo o completo pagão em "indesculpável" (Rm 1.19-20). Além disso, o contexto da passagem de em 1 Coríntios 1.21 não é o da existência de Deus, mas Seu plano de salvação através da cruz. Isso não pode ser conhecido por mera razão humana, mas apenas por revelação divina, pois é "tolice" para a mente humana depravada.
 
Além disso, a "sabedoria" de que fala Paulo ali é "a sabedoria deste mundo" (v. 20), e não a sabedoria de Deus. Paulo chamou um sofista de "inquiridor deste século" (v. 20). O sofista só queria argumentar para argumentar. Isto não leva ninguém a Deus.
Além disso, referência de Paulo à "sabedoria do mundo" não poder conhecer a Deus não é uma referência à incapacidade do ser humano de conhecer a Deus através da evidência que Ele mesmo revelou na criação (Rm 1.19,20) e na consciência (Rm 2.12-15). Pelo contrário, é uma referência à rejeição depravada e insensata do homem à mensagem da cruz.

Fonte: JMP de Novembro de 2011
Artigo: Norman Geisler
Site: Subsídios EBD

Revista Digital Cristão Alerta

Acesse Aqui As Edições de Nossa Revista

Post Bottom Ad