A Saudação com um Beijo entre os Irmãos


A recomendação final de Paulo quanto à saudação com ósculo (1 Ts 5.26) não é uma exclusividade para com os tessalonicenses; ele também faz recomendações idênticas às igrejas em Corinto (1 Co 16.20; 2 Co 13.12) e Roma (Rm 16.16). Deve-se notar, no entanto, que esse tipo de saudação era algo habitual entre as comunidades orientais daquele contexto histórico; tanto que Pedro também faz menção desse mesmo tipo de saudação (1 Pe 5.14).

Além disso, podemos perceber que Jesus, durante seu ministério, também se utilizava da saudação com ósculo, tanto que o traidor Judas sinaliza a identidade do Mestre por meio de um beijo (Mt 26.48; Mc 14.44; Lc 22.47); também, durante a gratidão que Jesus faz à mulher na casa do fariseu (Lc 7.45), Ele demonstra que aquela não pode ser repreendida, visto que ela beija os pés do Mestre humildemente, enquanto que o anfitrião sequer saudou o convidado com um beijo de recepção.

O beijo santo [1 Ts 5.26] (ósculo, no grego ‘philema’), em grego, era uma tradicional saudação tanto entre judeus como entre pagãos; por isso, tornou-se uma prática comum no cristianismo. Inclusive, é importante ressaltar que, no contexto do cristianismo primitivo, o beijo ritualístico foi incorporado em determinadas práticas litúrgicas oficialmente pela Igreja.

Sobre essa temática do ósculo, Airhart defende que:

Saudai a todos os irmãos com ósculo (“beijo”, BAB, NTLH, NVI) santo. O modo costumeiro de trocar saudações pessoais naquela sociedade era pelo beijo. Entre os cristãos era um ósculo santo, porque simbolizava o amor cristão e a unidade em Cristo. Na igreja, a prática assumiu posteriormente significação formal e litúrgica. Paulo está dizendo: “Dai minhas mais amáveis saudações pessoais a todos”. Phillips dá uma conotação moderna com: “Cumprimentem-se com um aperto de mãos por toda a irmandade” (CH) (BEACON, 2006, p.402)

Por exemplo, Justino — um dos pais da Igreja — informa-nos em sua Apologia que, tradicionalmente após os batismos, se realizava imediatamente a celebração da ceia do Senhor, em memória do sacrifício de Jesus e para conceder aos novos ingressantes na comunidade cristã a oportunidade de participar desta que é a mais importante cerimônia cúltica do cristianismo.

Após o batismo, o novo convertido era conduzido a uma reunião de oração, na qual, ao seu final, o recém-ingressante na comunidade era saudado com ósculos, os quais eram tradicionalmente denominados de “ósculos da paz”.
Fazer menção de tal saudação para com os irmãos demonstra apenas o grau de proximidade que havia entre Paulo e os irmãos em Tessalônica.

Todo e qualquer esforço para impor uma tradição cultural como esta como dogma comportamental no culto cristão hoje, ou, mais especificamente, em nossa cultura evangélica brasileira contemporânea, soaria como um total desconhecimento das tradições culturais das comunidades nos tempos apostólicos e um considerável desrespeito aos costumes das igrejas locais atuais.

É claro que o “ósculo santo” ainda é uma tradição em culturas atuais; isso porque naturalmente, entre esses povos, suas tradições interpessoais acolhem tais práticas — até mesmo independentemente de qualquer influência cristã. O que não se pode acatar é a imposição de uma prática cultural local como regra a ser imposta como verdade doutrinária.
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Fonte: A Igreja do Arrebatamento: O Padrão dos Tessalonicenses para estes últimos Dias, CPAD
Autor: PR. Thiago Brazil

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