Carnaval e Festas juninas

"Eis que (...) espalharei esterco sobre o vosso rosto, o esterco das vossas festas; e com ele sereis tirados" (Ml 2.3).
"Do conúbio adulterino da Igreja com o Estado é que surgiram todos os males que infirmam o Cristianismo". Eduardo C. Pereira.
Quando o imperador Constantino I (280-337 d.C.) proclamou-se cristão, designou bispos e pastores para elevados cargos públicos. A Igreja retirada das catacumbas e apoiada pelo imperador foi impondo seu cristianismo aos povos das nações dominados pelo Império Romano. Porém, nesse processo de evangelismo compulsório e conivente, absorveu-se muito da idolatria, da mitologia e das festas daqueles povos.

"Não havendo profecia, o povo se corrompe", Pv 29.18. Assim é que se implantaram no calendário cristão costumes, festas e rituais das religiões pagãs, que deram origem ao sincretismo religioso em que se misturam deuses do paganismo e do fetichismo com supostos "santos" em cerimônias pseudocristãs.
Dessa mixórdia originou-se um culto politeísta e mitológico que desfigura e avilta o cristianismo, conforme lemos até nos dicionários e nas enciclopédias seculares. Por exemplo:


I- O CARNAVAL
No mundo cristão medieval o carnaval era o período de festas profanas que se iniciava, geralmente, no dia de Reis (Epifania) e se estendia até a quarta-feira de cinzas, dia em que começavam os jejuns quaresmais. [Consistia em festejos populares e em manifestações sincréticas oriundas de ritos e costumes pagãos, como as festas dionisíacas, as saturnais, as lupercais, e se caracterizava pela alegria desabrida, pela eliminação da repressão e da censura, pela liberdade de atitudes críticas e eróticas]" (Aurélio-Século 21 - grifos meus).

"Carnaval – Palavra derivada do latim carnelevarium, que significa 'abandonar a carne'. Refere-se à antiga proibição religiosa (Igreja Católica) de comer carne durante os quarenta dias da quaresma" (Enciclopédia® Microsoft® Encarta 99).
Os textos a seguir foram copiados de um artigo da revista Isto é e assinados pela jornalista secular Luiza Vilaméa. O título do texto é "Uma mistura profana".

"No sincretismo brasileiro, o catolicismo se mesclou a ritos indígenas, cultos afro-brasileiros e espiritismo kardecista. (...) "Católica fervorosa e organizadora de uma 'festa do divino' que dura 15 dias, Maria Celeste Santos, a dona Celeste, é figura de destaque em São Luís do Maranhão. Quando o papa João Paulo II visitou a cidade em outubro de 1991, ela foi escolhida para lhe entregar uma bandeja de prata em nome da população. Na época circulou pela cidade o boato de que o presente havia sido oferecido a Sua Santidade pelo vodum Averequetê, que teria se incorporado em dona Celeste durante a solenidade".

"Ela sempre assumiu que é consagrada a Ave-requetê. Além de católica praticante, dona Celeste é também uma das líderes espirituais da Casa das Minas, um terreiro fundado em 1840 para cultuar os voduns. (...) A fusão de doutrinas aparentemente antagónicas não é uma exclusividade de dona Celeste. Por todo o país, o sincretismo prolifera em terreno fértil, em especial entre católicos e seguidores de cultos afro-brasileiros".

Reginaldo Prandi, mestre em História das Religiões, afirma que esse sincretismo se formou no século 19, quando os escravos, deixando as senzalas e morando já nas cidades, implantaram o culto aos seus deuses.

De acordo com as tradições africanas, divindades conhecidas como orixás governavam determinadas partes do mundo. No catolicismo popular, os santos também tinham esse poder. Iansã protege contra raios e relâmpagos e Santa Bárbara protege contra raios e tempestades. Como as duas trabalham com raios, houve o cruzamento!

"Ocorrem variações regionais. Um exemplo é Oxóssi, que é sincretizado na Bahia como São Jorge, mas no Rio de Janeiro representa São Sebastião. Cultuados nas duas mais populares religiões afro-brasileiros, o candomblé e a umbanda, cada orixá corresponde a um santo católico", afirma Prandi.
Antônio Flávio Pierucci, professor de sociologia da USP, afirma que a umbanda é a mais sincrética das religiões afro-brasileiras e acrescenta: "Não é à toa que no maior país católico do mundo, a passagem do ano é uma festa profana, com brasileiros de todas as origens sociais vestidos de branco, fazendo suas oferendas para lemanjá" (grifo nosso).

II – FESTAS JUNINAS
E as festas juninas? O que são?
"Comemorações populares de espírito lúdico. Algumas têm origem religiosa, tanto católica, como de cultos afro-brasileiros”.

Tradicionalmente, iniciam-se a 12 de junho, véspera do Dia de Santo Antônio, e vão até o final do mês, quando, no dia 29, se comemora o Dia de São Pedro. Nessas festas há fogueiras, danças de quadrilha, fogos de artifício, comidas típicas: pé-de-moleque, pipoca, canjica, bolo de fubá e quentão (Almanaque Abril, 1998).

Podemos comparar o carnaval e as festas juninas com alguns fatos relatados tanto na Bíblia como na História dos Hebreus, de Flávio Josefo. Por exemplo:
 
1) Aniversário de Herodes (Mt 14.3-12 e Mc 6.17-29).
Jerusalém iluminada por fogueiras estava em festa! O povo festejava com danças, comilanças e bebidas. Em palácio, lauto banquete oferecido pelo rei Herodes aos oficiais e nobres da Galiléia, regado com os melhores vinhos. Salomé, enteada de Herodes, se exibe em danças sensuais ante os seus olhares incestuosos. Num acesso concupiscente de liberalidade, o rei lhe oferece como prêmio até a metade do seu reino! Sua mãe, Herodíades, para vingar-se de João Batista, que reprovava sua vida em adultério com seu cunhado Herodes, manda que Salomé peça a cabeça do profeta em um prato.

Assim morreu João Batista: numa noite de festa iluminada por fogueiras em consequência de danças, comilança e bebedeira. Parece incrível, mas é também assim que os devotos foliões comemoram o "Dia de São João"!

Por que comemorar as datas dos "santos" fazendo exatamente aquilo que eles menos aprovariam! Pior ainda é que alguns "crentes" tomem parte nesses festejos em honra a Momo, o deus das trevas e do erotismo; e a Baco, deus do vinho e da embriaguez. Assim como a sombra acompanha o corpo, desgraças, embriaguez, desastres, adultérios, brigas, ferimentos e mortes acompanham o carnaval e as festas juninas. Dezenas de pessoas morrem ou são mutiladas pelas explosões dos fogos de artifício. Operários que trabalham nas fábricas de explosivos, empregados nos depósitos, comerciários, além dos festeiros e circunvizinhança.

Os balões têm provocado incêndios em matas e de prédios. As drogas e os "quentões" consumidos livremente nos bailes e quadrilhas acarretam embriaguez, devassidão, brigas e assassinatos tais como acontecem durante o carnaval.
"Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas", Ap 18.4. "Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei", 2Co 6.17.


Fonte: Jornal Mensageiro da Paz/Fevereiro de 2008
Autor: PR. Edmar Cunha de Barcellos
Acervo: Ev. Jair Alves
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