A Parábola dos Dois Filhos - Subsídios Dominical

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A Parábola dos Dois Filhos


Na parábola deste estudo, registrada unicamente por Mateus (MATEUS 21.28-32), vemos um quadro interessante, ilustrado por Jesus, e refere-se a alguém que parecia ser obediente, mas não o era, enquanto outro, que demonstrava ser desobediente, dispôs-se a atender um apelo importante. Quando proferiu o ensino ora em estudo, Jesus encontrava-se em Jerusalém, no Templo, ‘ onde os líderes religiosos pensavam estar no centro da vontade de Deus, mas foram desmascarados pelo Senhor.

O ensino da parábola, de pouco conteúdo em palavras, é grande em lições para os nossos dias. Trata-se de uma mensagem que, ao longo dos tempos, tem causado muitas discussões aos eruditos do estudo das Escrituras, devido os contrastes e paradoxos nela contidos.
Veja também:
1) Curso para Professores da Escola DominicalAcesse Aqui
2) Curso para Obreiros - Acesse Aqui
3) As Parábolas de Jesus - Acesse Aqui
4) Vídeos para a Escola Dominical - Acesse Aqui

I - JESUS FALA AOS LÍDERES RELIGIOSOS
Após a entrada triunfal em Jerusalém, Jesus chegou ao Templo, e purificou-o, ao expulsar os vendilhões. No dia seguinte, após pernoitar em Betânia, voltou ao santuário e começou a ensinar. Já estava no meio de sua preleção, quando, bruscamente, foi interrompido pelos principais dos sacerdotes, anciãos (Mt 21.23) e escribas (Mc 11.27). Estes, ao demonstrarem que não tinham boa educação, arrogantemente, interpelaram o Senhor sobre com que autoridade Ele ensinava. Jesus, sem se alterar, com majestosa serenidade, os emudeceu com uma simples pergunta acerca do batismo de João (Mt 21.23- 27).
1. Príncipes dos sacerdotes e anciãos (Mt 21.23c).
Segundo os estudiosos, tratava-se de “certos representantes do Sinédrio, que foram nomeados, para interrogar a Jesus” e, entre eles, estariam o presidente da Corte e o próprio Sumo Sacerdote. Era gente que se julgava muito importante!

2. Escribas (Mc 11.27).
Eram pessoas com habilidade para escrever (copiar) e até ensinar as Escrituras (Ed7.6). Na prática, alinhavam- se aos fariseus em dubiedade e hipocrisia (Mt7.29; 23.2,3,13; Mc 12.38).


II -  A ILUSTRAÇÃO DOS DOIS FILHOS

1. O pedido do pai (Mt 21. 18).
A narrativa de Jesus, ao dirigir-se aos mestres religiosos, começa de modo bem característico de quem desejava prender a atenção dos ouvintes: Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos. E numa exposição bem no estilo oriental, semelhante à da parábola do filho pródigo (Lc 15.11), ao usar exemplos de atitudes opostas, Jesus mostra o caráter dos homens: uns querem desobedecer, mas não o fazem; outros, parecem obedecer a Deus, mas, na verdade, não passam de meros insensíveis à vontade do Senhor.

1) A atitude paternal (Mt 21. 28c):
O pai dirige-se ao filho e lhe pede: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”. Ao analisarmos o vocativo “Filho”, entendemos que o dono da vinha demonstrou um gesto paternal, amoroso. O jovem devia ser o mais velho da família.

2) As atitudes aparentes: a) Do primeiro filho (Mt 21.29).
Este, curiosamente; a princípio, parece ser o filho desobediente, que estava disposto a não atender ao pai. Ele teve duas atitudes:

A primeira: Foi de uma grosseria incompreensível. Sem pensar melhor, respondeu ao pai secamente: “NÃO QUERO”. A narrativa não diz qual a reação do seu genitor. Provavelmente, ficou triste, ao ouvir resposta tão intempestiva, sem que fosse dada qualquer explicação plausível para tal reação.

A segunda: Foi absolutamente oposta à primeira: “...arrependendo- se, foi”. Aquele jovem devia ser de temperamento sanguíneo' ou colérico, próprio dc pessoas que não refletem muito aquilo que dizem, a não ser depois de algum tempo. Destas atitudes, tiramos algumas lições para a nossa vida espiritual:

• Há pessoas que não querem atender ao chamado de Deus.
A “vinha do Senhor”, a sua “Seara”, precisa de obreiros e estes são poucos; homens e mulheres são chamados a trabalhar, para semearem e cuidarem da Obra do Senhor, porém muitos não desejam ir. As razões alegadas são muitas: idade, emprego, família, recursos financeiros, etc. Não nos cabe julgá-los.

• Fatores diversos mudam os pensamentos e as decisões.
Há pessoas, na igreja, que são chamadas para as missões, o ensino, o trabalho de socorro, de visitas a necessitados, a viúvas, e aos órfãos e doentes, a trabalhai’ com crianças, pobres e ricos e simplesmente dizem: “NÃO QUEREMOS”. Mas, depois, acontecem coisas na vida, incompreensíveis a nós, mas dentro dos desígnios de Deus, que as fazem arrepender-se da atitude negativa e vão.
Afirmamos que a primeira atitude foi humana, carnal, certamente; e a segunda, espiritual, humilde, coerente com a condição de filho, que depende do pai.

b) Do segundo filho (Mt 21.30).
O pai, na parábola, ao ouvir a resposta negativa do primeiro filho, dirige-se ao segundo e lhe faz o mesmo pedido: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”. Quanto a este, notamos, igualmente, duas atitudes diferentes: A primeira, de uma obediência aparente. Ele respondeu ao pai:” EU VOU, SENHOR”. Certamente, seu genitor ficou feliz, ao saber que podia contar com o trabalho do outro filho. A segunda atitude foi diferente, mas no sentido negativo. Quando o pai se retirou, ele não cumpriu sua palavra, pois o texto diz: “...e não foi”.

III - O CONTRASTE ENTRE OS DOIS FILHOS

1. Um filho aparentemente desatencioso.
O primeiro filho é o tipo de pessoa que parece não gostar de trabalhar, mas é suficientemente sensível, para compreender a necessidade de atender ao apelo do pai, de cumprir o seu dever. Na igreja do Senhor, muitos destes são identificados, de vez em quando. Ora respondem que não querem; ora dizem que vão primeiro orar, pensar. As vezes, são incompreendidos, e julgados relapsos, e até deixados de lado pelos líderes, que preferem os mais afoitos.

2. Um filho aparentemente obediente.
O segundo filho é o tipo de pessoa que, convidada para um trabalho, não pensa duas vezes. Responde logo que deseja, vai, etc. Encontramos também muitos deles nas igrejas. Às vezes, não têm a direção do Espírito Santo, aceitam qualquer trabalho. Dizem logo: “Eu vou” Mas, depois, decepcionam. Uns vão, e assumem certos cargos ou funções, mas não dão conta da missão assumida.

Fica evidente que o primeiro filho foi o que fez a vontade do pai, ainda que, a princípio, não tenha dado uma resposta satisfatória. Os líderes religiosos responderam certo à pergunta de Jesus (Mt 21.31b).

No interior de um estado, nos tempos em que os crentes eram perseguidos, um sacerdote católico comandou uma turba para derrubar o templo. Havia, ali, duas jovens. Uma, que não perdia as reuniões, era considerada a mais assídua. Outra, irmã dela, faltava, às vezes, aos cultos. Representava a rebelde da família. No dia da perseguição, a primeira ficou em casa. A segunda perguntou-lhe se iria à igreja. Ela disse: “Não, pois ouvi dizer que vão derrubar o templo”. Diante disso, a “menos crente” respondeu: “Eu vou. Se necessário, morrerei com os irmãos”. E foi. Naquele dia, Jesus deu um grande livramento àquela igreja, ao usar um senhor, que fez os desordeiros do padre correrem ladeira abaixo.

Diante do exemplo da parábola e da pequena ilustração verídica, tiramos algumas lições:
1) Os que não aceitam logo o apelo para o trabalho, nem sempre são os desinteressados ou desobedientes;
2) Os que se apressam para a obra, nem sempre são os verdadeiros cumpridores do dever;
3) Não devemos julgar pela a aparência, mas “segundo a reta justiça” (Jo 7.24). “Pelo fruto se conhece a árvore” (Lc. 6.44).

IV - A DURA PALAVRA DE JESUS AOS LÍDERES RELIGIOSOS
Após proferir esta curta parábola, rica em verdades espirituais, Jesus perguntou aos seus arrogantes contenderes: “Qual dos dois fez a vontade do pai?” (v. 31 a). A inquirição parecia um tanto sem lógica, dada a clareza da mensagem. A resposta seria óbvia. Os religiosos não tiveram dificuldade em firmá-la. A uma só voz, disseram:” O primeiro”. Certamente, com a facilidade em dar a resposta a Jesus, eles pensaram: “Que pergunta fácil, elementar!” Com a mensagem simples que lhe era peculiar, o Mestre transmitiu uma lição inesquecível aos “doutores da lei” respondeu aos tolos “segundo a sua estultícia” (Pv 26.5). Diante da resposta rápida e correta dos líderes religiosos, Jesus asseverou: “Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus” (Mt 21.31c).

1. Os publicanos Cobradores de impostos, a serviço do Império Romano, que ocupava a Palestina ao tempo do ministério terreno de Jesus. Eram odiados, considerados traidores (Lc 3.12,13; 19.8), e grandes pecadores (Mt 9.10,11).

2. As meretrizes. Assim como hoje, eram mulheres que vendiam o corpo em troca de dinheiro. No tempo da parábola em estudo, eram consideradas praticantes de atividade vil, desprezível, abominável até. No Antigo Testamento, não se aceitava o salário da prostituta na casa do Senhor (Dt 23.18).

3. Os hipócritas, piores que publicanos e meretrizes. O Senhor Jesus, ao fazer aquela afirmação terrível, cara a cara com os religiosos que o afrontavam, referia-se aos publicanos e meretrizes, arrependidos de suas práticas condenáveis. A parábola leva-nos a considerar que o importante, para Jesus, não é apenas ser líder, mas a fidelidade e obediência à Palavra de Deus. O que o Senhor deseja é o fruto do trabalho dedicado em sua vinha, seu Reino, sua Igreja. Cristo concluiu a parábola (v. 32), e passou em rosto a incredulidade dos líderes religiosos, com referência explícita à pregação de João Batista, o qual veio “no caminho da justiça”, apareceu no deserto da Judeia (Mt 3.1), e mostrou o que batizaria “com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11), e “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”(Jo 1.29). Jesus mostrou que, enquanto os líderes religiosos (ao compará-los ao “segundo filho”), de fato, não cumpriam a justiça de Deus, os odiados publicanos e as reprovadas meretrizes, arrependidos, procuravam obedecer, passavam à frente dos preconceituosos, e tinham acesso ao reino de Deus.

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