Lição 12 - A Impiedade decorrente dos Falsos Ensinos - Subsídios Dominical

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Lição 12 - A Impiedade decorrente dos Falsos Ensinos

Observação: Subsídio Bíblico para a lição 12 – Classe: Jovens. 3° Trimestre de 2019.
I - Comportamentos Decorrentes dos Falsos Ensinos

1. Irracionalidade animal (2 Pe 2.12)
No versículo 12, Pedro prossegue dizendo que os falsos mestres são “como animais irracionais, feitos para serem presos e mortos”. Noutras palavras, eles são como bestas selvagens que seguem o seu próprio instinto. A denúncia do apóstolo é forte, demonstrando a natureza imoral dos ímpios. Apesar de se dizerem portadoras de um tipo especial de conhecimento, tais pessoas vivem na completa ignorância, dominadas pelos seus próprios impulsos.

A afirmação de Pedro claramente expõe o hedonismo praticado e ensinado pelos mestres da impiedade. Enquanto os cristãos são admoestados a experimentar o sofrimento com sabedoria, dentro do bom propósito de Deus, conforme vimos na primeira epístola petrina, os hedonistas sustentam que a coisa mais importante da vida é a conquista do prazer e a fuga ao sofrimento. O hedonista não é dirigido por aquilo que é correto, mas por aquilo que lhe trará prazer.
Segundo Myer Pearlman, é sobre essa teoria que se baseia o ensino moderno de “autoexpressão”. Em linguagem técnica, o homem deve “libertar suas inibições”, em linguagem simples “ceder à tentação porque reprimi-la é prejudicial à saúde”. Naturalmente, isso muitas vezes representa um intento para justificar a imoralidade. Mas esses mesmos teóricos não concordariam em que a pessoa desse liberdade às suas inibições de ira, ódio criminoso, inveja, embriaguez ou alguma outra tendência similar”6. Segundo Pearlman, “no fundo dessa teoria está o desejo de diminuir a gravidade do pecado, e ofuscar a linha divisória entre o bem e o mal, o certo e o errado. Representa uma variação moderna da mentira antiga: “Certamente não morrerás”. E muitos descendentes de Adão têm engolido a amarga pílula do pecado, adoçada com a suposta suavizante segurança: “Isso não fará dano algum”.

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Não bastasse a luta interna contra o desejo da carne, o mundo caído também tenta nos convencer de que seguir tais desejos é a melhor coisa a se fazer. Filmes que valorizam as relações sexuais irresponsáveis, novelas que defendem a promiscuidade sexual e propagandas vulgares de mulheres seminuas provam isso. Nas palavras de C. S. Lewis: “Os demônios que nos tentam e a propaganda a favor da luxúria associam-se para nos fazer sentir que os desejos aos quais resistimos são tão naturais, saudáveis e razoáveis que essa resistência é quase uma perversidade e anomalia. Cartaz após cartaz, filme após filme, romance após romance associam a ideia da libertinagem sexual com as idéias de saúde, normalidade, juventude, franqueza e bom humor”. Contudo, diz Lewis: “Essa associação é uma mentira”.

É certo dizer que Deus dotou o ser humano com vários instintos capazes de habilitá-lo para a vida terrena, a exemplo dos instintos de autopreservação, aquisição, alimentação, reprodução e domínio. Todavia, apesar de Deus ter concedido tais instintos ao homem, não quer isso dizer que o homem deva ser governado por tais impulsos, como se fôssemos reféns de nossos próprios desejos. E é exatamente aqui que entra a consciência moral implantada por Deus em cada pessoa, com o senso do certo e do errado. Enquanto os animais vivem pelo instinto, os seres humanos criados à imagem de Deus devem seguir a consciência moral, em sintonia com a vontade do Senhor.

Portanto, ao comparar os falsos mestres aos animais irracionais, Pedro tinha em mente o comportamento hedonista e pervertido demonstrado por eles. Mathew Henry diz que “os homens, sob o poder do pecado, estão tão distantes de observar a revelação divina que não exercitam a razão, muito menos agem de acordo com ela”. Segundo Henry, “animais irracionais seguem o instinto dos seus apetites sensuais, e o homem pecaminoso segue a inclinação da sua mente carnal; eles se negam a usar a compreensão e a razão que Deus lhes deu, e assim são ignorantes do que podem e devem fazer”.

Pedro ressalta que eles foram “feitos para serem presos e mortos”. De acordo com Kistemaker, Pedro usa essa ilustração para deixar evidenciar que o ser humano não nasceu para ser capturado e morto, mas para viver em liberdade e no conhecimento espiritual, na dependência total de Deus. Mas, ao viverem segundo seus instintos, afastados de Deus, eles hão de perecer.

2. Hedonismo (2 Pe 2.13,14)
Pedro diz que tais pessoas receberão o galardão da justiça, significando que serão pagos com o mal pelo mal que fizeram. Temos aqui a aplicação da lei da semeadura: “o homem colhe aquilo que semeia” (Gl 6.7), de sorte que os falsos mestres receberão o salário de suas más condutas. E o resultado do pecado é a morte.
Tais condutas são exemplificadas logo em seguida: “[...] pois que tais homens têm prazer nos deleites cotidianos; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco” (v. 13). Pedro está denunciando que a devassidão era tamanha que os homens se entregavam à luxúria carnal em pleno dia. Eles gostam de farras extravagantes.

É preciso concordar com Warren Wirsbe quando afirma que “os apóstatas regalam-se com essa vida de luxo à custa dos que os sustentam (2 Pe 2:3) ”. Em nossa sociedade, diz Wirsbe, “há quem peça fundos para seus “ministérios” e, ao mesmo tempo, viva em mansões, dirija carros de luxo e vista roupas caras. Quando lembramos que Jesus se fez pobre a fim de nos tornar ricos, esse estilo de vida extravagante parece destoar completamente do cristianismo do Novo Testamento”.

A igreja deve estar alerta quanto a esses falsos mestres e pseudopregadores, que vilipendiam a igreja, vivem às custas da fé alheia e se regalam com as ofertas suadas dos irmãos. Pedro diz que eles têm “olhos cheios de adultério e não cessando de pecar, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza” (v. 14). Primeiro, os falsos mestres não podiam ver uma mulher sem que a pudessem desejar, com interesses adúlteros. Segundo, eram movidos pela avareza, o desejo de possuir. Eles são ambiciosos.

O que fica claro na advertência de Pedro é que tais pessoas se introduziam na comunidade cristã com o objetivo de perverter a fé dos crentes. Pedro está dizendo para ficarmos com os olhos abertos para tais personagens.

3. Libertinagem (2 Pe 2.17-19)
O apóstolo afirma que os falsos mestres “são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva” (v. 17). Noutras palavras, eles não têm nenhum valor, nenhum alvo e nenhum futuro14.
Qual a isca que eles usavam para atrair os incautos? Eles usavam suas falas arrogantes e presunçosas, engodando com as concupiscências da carne e com dissoluções aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro (v. 18). Segundo Michael Green, “a verbosidade pomposa era sua arma para pegar os desprevenidos na armadilha, e a licenciosidade era a isca no seu anzol”15. Apesar de prometerem liberdade, os falsos mestres e os homens impiedosos vivem escravizados pelo pecado (v. 19). Na pós- modernidade, onde impera o relativismo ético e a libertinagem, filosofias e ideologias apregoam e prometem essa mesma libertação do indivíduo, para que sejam “livres das amarras morais” de valores tradicionais e familiares, dizem. No fim, tais pessoas tornam-se escravas dos seus próprios vícios. Estão fisicamente soltas, mas interiormente aprisionadas! Possuem uma suposta liberdade de escolha, mas não conseguem abandonar as correntes de seus hábitos destruidores. Somente Jesus proporciona verdadeira liberdade!
 
4. O Perigo da Apostasia (2 Pe 2.20-22; Hb 3.12)
Tendo falado sobre o perfil dos falsos doutores, agora o autor sagrado adverte sobre o perigo de se abandonar a verdade. A quem Pedro está se referindo a partir do versículo 20, aos recém-convertidos ou aos falsos mestres? A palavra “porquanto” dá a entender que o apóstolo ainda continua a falar a respeito desses falsos mestres, que outrora foram cristãos fieis e ortodoxos16, mas que abandonaram o reto caminho do Senhor. No passado, essas pessoas foram membros da igreja e conheceram os ensinamentos da fé crista.
A apostasia (gr. apostasia) aparece duas vezes no NT como substantivo (At 21.21; 2 Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr. aphistemi, traduzido por 'apartar'). O termo grego é definido como 'decair, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado'.

1. Significado de apostasia.
Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo (Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível.

A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si:
(a) a apostasia teológica, isto é, a rejeição de todos os ensinos originais de Cristo e dos apóstolos ou alguns deles (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3); e
(b) a apostasia moral, ou seja, aquele que era crente deixa de permanecer em Cristo e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13).

2. Advertência bíblica.
A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união com Cristo, como para nos motivara perseverar na fé e na obediência" (Bíblia de Estudo Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1903).



FonteA razão de nossa esperança – Alegria, Crescimento e Firmeza
nas Cartas de Pedro. Editora CPAD | Autor: Pr. Valmir Nascimento.

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