Lição 2 - O Nascimento de um Líder Profético em Israel (Subsídio) - Subsídios Dominical

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A Carreira Que Nos Está Proposta [ Revista Digital Cristão Alerta - 2° Trimestre 2024

Lição 2 - O Nascimento de um Líder Profético em Israel (Subsídio)

Subsídio bíblico para a Escola Dominical - classe dos Adultos. Subsídio para a Lição: 2 | Revista do 4° trimestre de 2019 | Fonte: E-book Subsídios EBD Vol. 18 | VEJA aqui OS NOVOS SUBSÍDIOS.

INTRODUÇÃO
Samuel é um personagem singular no antigo Israel, no qual ele teve três papéis distintos, ou responsabilidades oficiais, como líder. Ele nasceu em uma família de levitas e, por isso, serviu como sacerdote em Israel (1 Sm 10.8). Ele também foi reconhecido como o último juiz de Israel e lidava com decisões e disputas judiciais (1 Sm 7.6, 15; 12.11). E, além disso, foi o primeiro de uma série de grandes profetas levantados após Moisés (1 Sm 3.20).




A FAMÍLIA DE SAMUEL

1. O Pai (1.1-8; 1 Cr 6.26,27,34).
O pai de Samuel se chamava Elcana, que era um levita, um coatita da família de Zufe (1 Cr 6.22-28, 34, 35). Os levitas encontravam-se espalhados por toda a terra e, sempre que necessário, iam a Siló ministrar no tabernáculo. A cidade de Siló, localizada cerca de 32 quilómetros ao norte de Jerusalém, era o centro religioso da nação naquela época e o local do tabernáculo (Js 18.1).

A Lei exigia que os israelitas participassem de três festividades por ano em Jerusalém [a Páscoa, o Pentecostes e a Festa dos Tabernáculos] (Êx 34.23; Dt 16.16). Muitos levavam suas famílias na viagem, mas eles não eram obrigados a fazer isso. Esse versículo (1 Sm 1.7) mostra a devoção de Ana ao Senhor pelo fato de ela também ir a Siló para adorar a Deus.

Elcana vivia em Ramá [1], na fronteira entre as tribos de Efraim e de Benjamim (Js 18.25). Samuel, o filho tão conhecido de Elcana, nasceu em Ramá (1 Sm 1.19, 20), onde viveu (1 Sm 7.1 7) e foi sepultado quando morreu (1 Sm 25. 1).

2. A Bigamia[2] de Elcana.
Elcana tinha duas esposas: Penina e Ana. Ao que parece, Ana era sua primeira esposa e, ao ver que era estéril, Elcana casou-se com Penina para que pudesse ter uma família. Não sabemos o motivo de Elcana não ter esperado no Senhor e confiado que realizaria seu plano, mas até mesmo Abraão casou-se com Hagar (Gn 16) e Jacó acabou tendo quatro esposas!

Apesar de a bigamia e o divórcio não serem proibidos pela lei mosaica (Dt 21.15-17; 24.1-4), o plano original de Deus era que cada homem se casasse com uma só mulher para a vida toda (Mc 10.1-9).

Subsídio Bibliológico 1
Gn 2.24 - Deus deu o casamento como um dom a Adão e Eva.
Eles foram criados como seres perfeitos, um para o outro. O casamento não era apenas por conveniência, nem foi inventado por alguma cultura particular.
Ele foi instituído por Deus, e tem três aspectos básicos:
(1) O homem deixa seus pais e, em um ato público, promete-se à sua esposa;
(2) O homem e a mulher são unidos, assumindo a responsabilidade pelo bem-estar do outro, e amando, um ao outro, acima de todas as demais pessoas;
(3) os dois são unidos, em uma só pessoa, na intimidade e no compromisso da união sexual, que é reservada apenas para o casamento. Os casamentos sólidos incluem esses três aspectos (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal – CPAD).
 
Subsídio Bibliológico 2
Por que havia poligamia entre o povo de Deus?
1 Sm 1.2 - Embora muitos grandes líderes do Antigo Testamento (como Abraão, Jacó e Davi) tivessem mais de uma esposa, esta não era a intenção original de Deus para o casamento.  Gn 2.24 afirma que no casamento duas pessoas se tomam uma só carne. Então por que havia poligamia entre o povo de Deus?

Primeiro, para produzir mais descendentes que ajudassem no trabalho e para assegurar a continuidade da linhagem familiar de um homem. Um grande número de filhos era um símbolo de status e riqueza.

Em segundo lugar, em sociedades onde muitos jovens eram mortos nas batalhas, a poligamia tomou- se uma forma aceitável de apoio às mulheres, que de outra forma teriam permanecido solteiras e, muito provavelmente, na miséria. No entanto, frequentemente a poligamia causava sérios problemas familiares, como podemos ver na história de Ana e Penina.

2. A mãe de Samuel: Ana (1 Sm 1.20).
Depois de orar ao Senhor e obter dele a resposta, Ana ficou grávida e nasceu Samuel (1 Sm 1.19,20). Elcana foi gracioso e permitiu que ela o dedicasse ao serviço do Senhor, no santuário em Siló (1 Sm 1.23; 2.11,20). A fidelidade de Ana e Elcana foi recompensada por Deus com mais cinco filhos. Em tudo o que disse e fez, Ana procurou glorificar ao Senhor. Sem dúvida, foi uma mulher notável que deu à luz um filho extraordinário.

SAMUEL: FRUTO DA ORAÇÃO DE SUA MÃE
A vida de Ana, embora seja mencionada apenas nos dois primeiros capítulos de 1 Samuel, fala conosco de forma veemente. Permanece até hoje como um exemplo de devoção e sacrifício; ela nos ensina o que significa o verdadeiro compromisso com o Senhor do Universo.

1. A vida de oração de Ana (1 Sm 1.9-18).
Anualmente Elcana, marido de Ana, levava sua família para adorar e fazer sacrifícios em Siló, onde Eli era sacerdote (1 Sm 1.1-4). Durante uma das refeições festivas em Siló, Ana deixou a família e foi ao tabernáculo orar.

Com a alma profundamente angustiada, Ana derramou seu coração diante de Deus. Em meio às muitas lágrimas, orou, pedindo ao Senhor que lhe desse um filho. Prometeu dedicá-lo a Deus todos os dias da existência dele (1 Sm 1.9-11).

2. A oração de Ana.
A oração de Ana em 1 Samuel 2.1-11, revela o verdadeiro coração e o caráter dessa nobre mulher. Também conhecida como a Canção de Ana, essa oração contém os mesmos elementos encontrados em outras orações/canções do Antigo Testamento, inclusive temas de combates, livramento do inimigo e o cuidado providencial do Senhor por seu povo Israel (veja a Canção de Moisés, Êx 15.1-18; Dt 32.1-43; a Canção de Débora, Jz 5). Há também uma forte ênfase à soberania de Deus e ao seu poder eterno.

A oração de Ana é verdadeiramente um sacrifício de gratidão a Deus, que a resgatou de seus problemas, mudou suas lágrimas em alegria e a colocou em seu lar como a mãe de muitos filhos, feliz e realizada.

A oração de Ana nos mostra que tudo o que temos e recebemos é um empréstimo de Deus. Ana poderia ter dado muitas desculpas para ser uma mãe possessiva. Mas quando Deus respondeu sua oração, ela cumpriu sua promessa de dedicar Samuel ao serviço de Deus.

Ana descobriu que a maior alegria de ter um filho é entregar a criança de maneira plena e livre de volta a Deus. Ela entrou na maternidade preparada para fazer o que todas as mães devem fazer, no final - deixar seus filhos se desenvolverem.

Quando os filhos nascem, eles são completamente dependentes de seus pais no que diz respeito a todas as suas necessidades básicas. Isto faz com que alguns pais se esqueçam que estes mesmos filhos crescerão e se tomarão independentes, no espaço de poucos anos. Ser sensível às diferentes etapas deste processo saudável fortalecerá muito os relacionamentos familiares; resistir ou negar este processo causará muito sofrimento. Devemos, gradualmente, deixar que nossos filhos se desenvolvam, a fim de permitir que se tomem adultos maduros e independentes.


ANA DEDICA SAMUEL AO SENHOR

Dentro do contexto da sua oração, Ana fez um voto a Deus. Ela prometeu que, se Deus lhe desse um filho, a criança seria dedicada a Ele. Os levitas costumavam trabalhar dos 25 aos 50 anos (Nm4-3; 8.24-26). Ana dedicou seu filho à obra de Deus enquanto ele vivesse. (A Bíblia fala apenas de outra pessoa a serviço de Deus por toda a vida, o juiz Sansão — Jz 13— 16.)

1. Não era uma dedicação simples.
Este voto interpretava a renúncia dela de criar o filho junto consigo em casa. Ele se tornaria um nazireu, totalmente devotado ao serviço do Senhor. Era uma promessa incrível feita por Ana. Ela o ofereceria a Deus, pois abria mão do privilégio de criá-lo e alimentá-lo.

Eli, o sumo sacerdote, sentado na porta do Tabernáculo, a observava atentamente, enquanto ela orava e chorava. Os lábios dela se moviam, mas não se ouvia sequer uma palavra. Ele então a acusou de estar embriagada e a repreendeu, apresentando-lhe a imoralidade de tais hábitos (1 Sm 1.12-14). Ana, porém, se defendeu apropriadamente e o sacerdote no mesmo instante mudou sua maldição numa bênção e a despediu em paz (1 Sm 1.15-17).

Ao receber o encorajamento da parte de Eli e o conforto do Senhor, Ana não ficou mais deprimida. Ela, seu marido e Penina levantaram cedo no dia seguinte, adoraram ao Senhor e voltaram para Ramá. No tempo determinado, Deus atendeu ao pedido de Ana: ela concebeu e deu à luz a Samuel.

2. O tempo de Ana cumprir sua palavra.
Depois que Samuel desmamou (antigamente, as mulheres israelitas amamentavam os filhos até completarem dois ou três anos de idade), ela fez os preparativos para levá-lo ao Tabernáculo, em Siló. Levou consigo um novilho de três anos, um efa [3] de farinha e um odre [4] de vinho para o sacrifício. Então apresentou Samuel ao sumo sacerdote Eli (1 Sm 1.24-27).

3. Ana deixa o menino Samuel com o sacerdote.
O menino Samuel viveria sob a supervisão de Eli e ministraria no Tabernáculo todos os dias da vida dele (1 Sm 1.28). A cada ano sua mãe fazia uma pequena túnica e a levava para ele quando ia com o marido a Siló oferecer sacrifícios (1 Sm 2.19).

Tendo em vista o estado precário da vida espiritual de Eli e os caminhos perversos de seus filhos, foi preciso que Elcana e Ana tivessem muita de fé para deixar o filho inocente sob os cuidados deles. Mas o Senhor estava com Samuel, tomando conta dele e preservando-o da corrupção a seu redor. Assim como Deus protegeu José no Egito, também protegeria Samuel em Siló, e é capaz de proteger nossos filhos e netos neste mundo perverso em que vivemos.

Ana era uma mulher extraordinária, em sua integridade, fé e compromisso com Deus. Manteve seu voto a um grande custo pessoal e tornou-se um modelo para todas as gerações.

O Senhor foi gracioso com Ana e posteriormente ela deu a Elcana mais três filhos e duas filhas (1 Sm 2.21).

4. A atitude de Ana depois que dedica o menino Samuel ao Senhor.
Depois que Ana deixou o filho com Eli, poderia ter se retirado sozinha para algum lugar a fim de chorar desconsolada, mas, em vez disso, irrompeu num cântico de louvor ao Senhor (1 Sm 2.1-11).

O mundo não entende a relação entre sacrifício e cântico; não compreende como o povo de Deus consegue cantar enquanto se dirige para o sacrifício e sacrificar com cânticos.

Antes de ir para o jardim onde seria preso, Jesus cantou um hino com seus
discípulos (Mt 26.30); Paulo e Silas cantaram hinos ao Senhor depois de terem sido humilhados e açoitados (At 16.20-26). Nos Salmos, encontramos, em várias ocasiões, Davi louvando a Deus em meio a circunstâncias difíceis. Depois de açoitados pelos líderes religiosos em Jerusalém, os apóstolos "se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome" (At 5.41).

Ana reconheceu a salvação de Deus (1 Sm 2.1), Sua santidade (1 Sm 2.2), Sua sabedoria (1 Sm 2.3), Sua graça (1 Sm 2.8) e Seu julgamento (1 Sm 2.10). Nós devemos incluir Ana entre os grandes “salmistas” do antigo Israel, assim como Maria, no Novo Testamento (Lc 1.46-55). Na verdade, esse cântico de Ana' foi reutilizado duas vezes na poesia bíblica: como base no lindo Salmo 113; e, depois, no cântico de Maria, em Lucas 1.
Subsídio Cultural
O costume da poligamia
A poligamia era um costume social aceito por todo o antigo Oriente Médio. Também era uma prática comum entre os antigos israelitas. Embora possa parecer que a poligamia se desvia da concepção original de Deus para o casamento (como ilustrado em Gn 2.24), a prática era permitida segundo a Lei de Deus, particularmente nos casos de primeiro casamento sem filhos ou em casamentos leviratos (Dt 25.5-10).

No antigo Israel, a ausência de filhos era considerada uma tragédia na família, por várias razões. Numa cultura agrária, filhos eram necessários para ajudar no trabalho do dia-a-dia. Sem eles, o nome da família não seria preservado, e, sem um herdeiro, uma família não poderia manter o seu espaço na tribo. Finalmente, uma mulher sem filhos jamais seria a mãe ou a ancestral do prometido Messias (Gn 3.15).

Elcana provavelmente tomou uma segunda esposa, Penina, por uma razão que era legítima no mundo antigo: sua esposa Ana era estéril. Naquele tempo, a responsabilidade por não haver crianças era atribuída à mulher. A esterilidade era, frequentemente, a causa de divórcios. Embora a poligamia fosse um costume aceito, a Lei de Deus estabelecia regras contra o casamento com muitas mulheres (Dt 17.17). Além disso, as Escrituras registram os resultados trágicos da poligamia: famílias turbulentas e divididas.


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[1] Ramataim-Zofim era outro nome de Ramá (1 Sm 1.19), um vilarejo localizado uns oito quilómetros ao norte de Jerusalém.
[2] Bigamia. Estado em que, ainda presa ao vínculo conjugal anterior, uma pessoa realiza um novo casamento, ou seja, consiste em ter uma mulher a mais.
[3] Efa é uma medida de secos de aproximadamente 22 litros (grãos, farinha).
[4] Odre - Vasilha feita com o couro inteiro de um animal. Servia para guardar ou transportar líquidos como água, azeite, leite, vinho, manteiga ou mesmo queijo. (Js 9.13; Mt 9.17; pronuncia-se ôdre). O odre era geralmente feito de pele de cabra.  

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