Não haverá uma nova safra de
crentes se não houver uma nova classe de professores da Escola Dominical! Não
se pode imaginar um futuro para a igreja sem educadores. Muitos acreditam que o
professor da Escola Dominical é dispensável. E de fato o é, mas de qual docente
estamos falando?
Certos
professores são dispensáveis, assim como certos pregadores também o são. E
claro que assim como não posso generalizar o último também não devo fazê-lo em
relação ao primeiro. A falácia de que os professores dominicais são
desnecessários à igreja é uma tentativa malsã de, parafraseando Paulo Freire,
"retirar a boniteza do sonho de ser professor de tantos jovens cristãos
nesse Brasil". Em um país que ideologicamente aprendeu a escamotear e a
desvalorizar o professor, não ignoro que muitos líderes cristãos também
desprezem esse importante e insubstituível ofício na igreja. Nalgumas vezes,
eles parecem ter razão.
Subsídio para a classe de Adultos -
3°Trimestre de 2018|Aula 9 de Setembro. Por Ev. Jair Alves
O nosso assunto de
hoje é sobre a peça mais linda dentre todas que encontramos no Tabernáculo, o
“candelabro”. Ele era feito de ouro fino e é mencionado vinte e uma vezes na Bíblia.
O candelabro de ouro era confeccionado em uma única peça de ouro. O candelabro fornecia
luz para o Lugar Santo e é também (não somente) uma figura de Jesus.
I-
O CANDELABRO COMO FIGURA
No
lado esquerdo de quem entra no Santuário está o Candelabro de Ouro, feito com
ouro batido e pesando 34 (trinta e quatro) quilos[1]. Era uma bela obra de arte
com seis hastes decoradas com cálices em forma de amêndoas e ornado com flores.
As seis hastes e o pedestal central totalizavam sete lâmpadas a óleo, mantidas acesas
continuamente (Êx 27.20, 21; Lv 24.1-4). Essa peça de rara beleza nos ensina
valiosas lições espirituais.
A parábola que estudamos
nesta lição só foi registrada pelo evangelista Mateus. Ela é de caráter
profético, pois inclui-se entre as que se referem à consumação dos séculos.
Após discorrer sobre a Parábola do Semeador, no mesmo Capítulo, Jesus
aproveitou o impacto de seu ensino, continuou na mesma linha de pensamento,
tomou a figura da atividade agrária, tão comum aos seus ouvintes, e propôs-lhes
a Parábola do Trigo e do Joio (Texto
base: MATEUS 13.24-30).
I. O
REINO DOS CÉUS
Há certas discussões
exegéticas sobre o que vem a ser o “reino dos céus”. Uns, dizem que esta
expressão se refere ao domínio de Cristo, trazido por Ele à Terra, e difere da
frase “reino de Deus”, que seria a manifestação final de Deus sobre todas as
coisas. Em Mateus 4.17, Jesus diz: “...arrependei-vos, porque é chegado o reino
dos céus”, e refere-se a sua missão para aqueles que estavam em trevas; no
capítulo 5.19, o Senhor alude ao que guarda os mandamentos, e diz que este
“será chamado grande no reino dos céus”, e indica um sentido futuro. Já no
capítulo 12.28, Ele afirma: “Mas, se eu expulso os demônios pelo Espirito de
Deus, é conseguintemente chegado a vós o reino de Deus”.
No sentido natural, trata-se
de uma planta herbácea, cultivada em terras de clima temperado, cuja semente
serve para fazer pão, por conter diversas proteínas. Na parábola em estudo,
chamado de “boa semente”, refere-se, de modo muito claro, aos “filhos do reino”
(Mt 13.38b). Quando Jesus proferiu este ensino, Ele ainda não havia instituído
a sua Igreja, no sentido estrito. Para nós, hoje, após o Pentecoste, entendemos
que o trigo é uma figura dos crentes fiéis (Mt 24.45; 25.21; Ap 2.10; 17.14),
salvos (Jo 5.24), santos (1 Pe 1.15; Hb 12.14), cheios de amor, a marca
registrada do verdadeiro discípulo de Jesus (Jo 13.34,35), e purificados pelo
seu sangue (Ap 7.14), através da lavagem regeneradora do Espírito Santo (Tt
3.5), os quais estão reservados para a grande colheita, na vinda de Jesus. Os
comparados ao trigo fazem parte da “lavoura de Deus” (1 Co 3.9a). Não se
perderão, mas serão recolhidos ao celeiro do Senhor. Deus nos ajude a ter as
características da “boa semente”, e não apenas de crentes nominais, mas servos
de verdade, semente sem mistura, de qualidade superior, em comunhão com a
“massa especial” de que é formado o “pão vivo que desceu do céu” (Jo 6.51), o
“verdadeiro pão do céu” (Jo 6.32)!
2.
O joio.
Esta planta significa:
“ervaanual da família das gramíneas (Lolium
temulentum). Ela cresce caracteristicamente nas plantações de trigo...e tem
um princípio tóxico...; coisa daninha, ruim, que surge entre as boas e as
corrompe”. É chamado, também de “trigo bastardo”. Esta planta não difere do
trigo, a não ser quando está próxima a ceifa. No sentido bíblico, dado pelo
próprio autor da parábola, nosso Senhor Jesus Cristo, “o joio são os filhos do
maligno” (Jo 13.38b). Sabemos que, no meio dos filhos do reino, da boa semente,
dos crentes fiéis, há “filhos do maligno”. Estas plantas (trigo c joio) podem
conviver juntas, mas jamais devem se misturar. Existem pessoas, nas igrejas,
que se parecem muito com os crentes fiéis, mas não o são. Elas crescem, ou
seja, assumem posições, e até no ministério, mas não são percebidas, visto que,
exteriormente, assemelham-se aos crentes verdadeiros. Daí, porque, nos dias de
hoje, muito necessário se faz o dom de discernimento dos espíritos (1 Co
12.10c), para que os mesmos sejam revelados (1 Jo 4.1).
3.O
campo.
Após explicar o que significam
o trigo e o joio, o Senhor Jesus esclareceu aos discípulos o que era o campo,
ao dizer-lhes: “O campo é o mundo” (Mt 13.38a). Esta é uma afirmação
interessante. O mundo, quando significa o planeta Terra, não pertence ao Diabo,
mas a Deus. Diz o salmista: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e
aqueles que nele habitam” (SI 24.1). Desse modo, temos uma outra visão do
ambiente em que se encontram o trigo e o joio, ou seja, no mundo, em que estão
os salvos (dentro da Igreja) e os perdidos, disseminados pelo Inimigo, o qual
faz que eles se infiltrem entre os crentes.
III.
A PROIBIÇÃO DE SE ARRANCAR O JOIO
1.
A inquietude dos servos
(v.28). “E os servos lhe
disseram: queres pois que vamos arrancá-lo?” À primeira vista, vemos um zelo
natural dos servos do dono da seara, do pai de família, quando, ao perceberem a
presença do perigoso cereal, semeado, não por eles, mas por um inimigo,
desejavam erradicá-lo no momento em que constataram o fato desagradável,
perpetrado de modo covarde, às caladas da noite. Antes, já haviam demonstrado
seu espanto, quando indagaram: “Senhor, não semeaste tu no teu campo boa
semente? Por que tem então o joio?” (v. 27).
Ainda hoje, no meio dos
servos do Senhor Jesus, há uma inquietação e indagação aparentemente sem
resposta para muitos. Por que Deus permite, no mundo e até no meio de seu povo,
que haja o mal? Há crentes que gostariam de ver a mão do Senhor descarregar-se
sem piedade sobre os ímpios, lá fora, e sobre os que são joio, dentro da
Igreja. É o zelo de Jonas, o qual preferia morrer do que viver, quando, após
pregar, viu Deus demonstrar misericórdia aos pecadores de Nínive (Jn 4.3). É o
zelo dos judeus, anotado por Paulo, quando diz: “Porque dou testemunho de que
têm zelo de Deus, mas não com entendimento’* (Rm 10.2).
2.
A resposta do dono do campo (v.29).
“Não, para que, ao colher o
joio, não arranqueis também o trigo com ele”. Os servos do pai de família
demonstravam zelo, ao desejarem adotar uma medida radical, sem atentarem para as
consequências. O dono do campo não queria o joio, sabia que seu inimigo fizera
a má semeadura, estava consciente do problema, mas via mais longe: observava os
prejuízos causados por uma colheita precipitada do joio. Ele demonstrava
prudência, paciência para com o mal, e não desejava prejudicar a boa safra.
Assim, o senhor Jesus explicou essa paciência do dono da terra:
a)
Não queria perder o trigo (v.30).
Ele sabia que o joio estava
tão enraizado com o trigo que, ao arrancá-lo, prematuramente, prejudicaria o
bom cereal.
b)
O aguardar da ceifa (v. 30).
“Deixai crescer ambos juntos
até a ceifa”. O Senhor, na parábola e na sua explicação (vv. 39-41), ensina que
a ceifa é o fim do mundo, quando os anjos, no papel de ceifeiros, colherão o
joio, ou seja, “tudo o que causa escândalo e os que cometem iniquidade; e
lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes”. Aí
está a resposta sábia. Deus não tem pressa. Os ímpios, no juízo final,
comparecerão perante o Trono Branco, para serem julgados, bem como os que,
parecendo-se com os salvos, viveram no meio da Igreja, e causaram males,
escândalos e decepções. Aqui, cabe uma explicação: isso não quer dizer que, hoje,
os homens de Deus, os seus ungidos, os “anjos das igrejas”, não tenham
autoridade para excluir os que cometem pecados e transgressões evidentes nas
igrejas. Destes, devemos se- parar-nos, senão se arrependerem (1 Co 5.9-13).
Divulgação: www.subsidiosebd.com | Fonte: Lições
Bíblicas Jovens e Adultos, 4° trimestre de 1994 - CPAD
O cristianismo transforma a
vida do indivíduo. Em 1 Coríntios 6.9-10, Paulo reúne uma lista do tipo mais
terrível, desagradável e odioso de pecadores e no versículo seguinte faz uma
afirmação aterradora: "Tais fostes alguns de vós." Como dizia Denney,
nunca devemos esquecer que a função e o poder de Cristo é converter os homens
maus em bons. A transformação do cristianismo começa na vida individual, porque
por meio de Cristo, a vítima da tentação pode vencê-la.
Há quatro grandes aspectos
sociais nos quais o cristianismo transformou a vida. Vejamos.
1. O cristianismo transformou a vida
para as mulheres.
Em sua oração pela manhã o
judeu agradecia a Deus por não tê-lo feito nascer gentio, escravo ou mulher. Na
civilização grega, a mulher levava uma vida de reclusão total, na qual não
tinha nada a fazer além das tarefas da casa. Referindo-se ao menino ou jovem
grego, J. K. Freeman escreve sobre Atenas, até em sua época melhor;
"Quando o moço voltava para sua casa, não havia nenhum tipo de vida de
lar. Seu pai quase nunca estava em casa. Sua mãe era um ser sem importância que
vivia nos quartos das mulheres. É muito provável que a visse muito pouco."
Classe: Jovens – 4°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 16/12/2018
TEXTO DO DIA
Homens israelitas,
escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com
maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós
mesmos bem sabeis (At 2.22)
SÍNTESE
Sinais e prodígios são para os nossos
dias, tanto para confirmar a pregação do evangelho como para ajudar e abençoar
necessitados.
Classe:
Jovens – 4°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 04/11/2018
TEXTO DO DIA
Mas a manifestação do Espírito é dada a
cada um, para o que for útil (1Co 12.7)
SÍNTESE
Os dons espirituais, conforme relatados
em 1 Coríntios, não ficaram perdidos na história, nem devem ser desprezados, pois
o propósito é a edificação da Igreja.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
- 1 Co 12.1 Não podemos ser ignorantes para com os dons
TERÇA
-1 Co 12.4 O mesmo Espírito opera todos os dons
QUARTA
- 1 Co 12.1 O Espírito reparte os dons como quer
QUINTA
-1 Co 14.1 Devemos buscar o dom de profetizar
SEXTA
- 1 Co 12.30 Nem todos têm os mesmos dons
SÁBADO
- 1 Co 14.39 O falar em línguas não deve ser proibido
Classe:
Jovens – 4°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 21/10/2018
TEXTO DO DIA
Então começou a dizer-lhes: Hoje se
cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos. (Lucas 4.21)
SÍNTESE
O Movimento Pentecostal está alicerçado
nas Escrituras Sagradas, especificamente no Evangelho de Lucas e no livro de
Atos, obras que mostram de forma contundente a atuação irrestrita do Espírito
Santo.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
- Lc 1.3: Um estudo feito de forma minuciosa
TERÇA
- Lc 4.1: O Espírito Santo conduz Jesus
QUARTA
- Lc 4.18: O Espírito Santo em Jesus
QUINTA
– At 2.4: O Espírito Santo é derramado sobre os discípulos SEXTA - At 13.2: O Espírito Santo escolhe obreiros
SÁBADO
- At 19.6: O Espírito Santo nas línguas e na profecia
VEJA A VÍDEO AULA
OBJETIVOS
•
COMPREENDER porque Lucas é considerado um autor
pentecostal;
•
MOSTRAR pontos relevantes do Evangelho de Lucas para
o Movimento Pentecostal;
•
REFLETIR a respeito de pontos importantes do livro de
Atos.
INTERAÇÃO
Professor (a),
você crê que o Movimento Pentecostal tem a sua base doutrinária na Palavra de
Deus? Se sua resposta foi afirmativa, com certeza você não terá dificuldades em
trabalhar o conteúdo dessa lição com seus alunos. Infelizmente muitos crentes,
até mesmos os que se dizem pentecostais têm um conceito errado a respeito da
Terceira Pessoa da Trindade e desconhecem a origem do Movimento Pentecostal.
Segundo Stanley Horton o “Espírito Santo tem sido negligenciado no decurso dos
séculos”. O Consolador não é uma força ou uma influência, Ele é Deus e tem
revelado à humanidade o Deus Pai e o Deus Filho mediante os dons espirituais.
Nesta lição estudaremos a respeito de dois importantes livros das Sagradas
Escrituras que são tidos como a base do Movimento Pentecostal. Não se esqueça
de que você pode e deve contar com o Espírito Santo para o preparo e a execução
dessa aula.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor (a), na lição de hoje
estudaremos, ainda que de forma resumida, o Evangelho de Lucas e o livro de
Atos. Lucas, o autor desses livros, apresenta as bases doutrinárias do
Movimento Pentecostal e para facilitar a abordagem do tema, sugerimos que
reproduza o quadro da página 20. Esses quadros vão permitir que os alunos
tenham uma visão panorâmica desses livros e do trabalho de Lucas.
EVANGELHO DE LUCAS
LIVRO DE ATOS
AUTOR: Lucas
AUTOR: Lucas
TEMA: Jesus, 0 Salvador Divino-Humano
TEMA: A propagação do Evangelho pelo poder do Espírito Santo
PROPÓSITO:
Lucas escreveu este Evangelho aos gentios para proporcionar-lhes um registro
completo e exato de "tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a
ensinar, até ao dia que foi recebido em cima" (At 1.1).
PROPÓSITOS:
(1) Demonstrar que o evangelho avançou triunfalmente das ronteiras do
judaísmo para 0 mundo gentio, apesar da oposição e perseguição. (2) Revela a
missão do Espírito Santo na vida e no papel da Igreja e enfatizar 0 batismo
no Espirito Santo como a provisão de Deus para capacitar a Igreja a proclamar
0 Evangelho e a dar continuidade ao ministério de Jesus.
ESBOÇO TEOLÓGICO DE LUCAS
ESBOÇO TEOLÓGICO
DE ATOS
A história dos nascimentos 1-2
A igreja em Jerusalém 1-7
A preparação 3
A expansão para Samaria 8-9
Na Galileia 4-9
A inclusão dos gentios 10-15
A viagem a Jerusalém 10-19
A evangelização do mundo 16-19
Jerusalém 20-21
A prisão de Paulo 20-28
A paixão 22-24
TEXTO
BÍBLICO
Lucas 1.1-3
1 Tendo, pois, muitos
empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram,
2 segundo nos
transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o principio e foram ministros
da palavra,
3 pareceu-me também a
mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem,
havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio,
Atos 1.1-9
1 Fiz o primeiro
tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a
ensinar,
2 até ao dia em que
foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos
apóstolos que escolhera:
3 aos quais também,
depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas,
sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao
Reino de Deus.
4 E, estando com
eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a
promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes.
5 Porque, na verdade,
João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito
depois destes dias.
6 Aqueles, pois, que
se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo
o reino a Israel?
7 E disse-lhes: Não
vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu
próprio poder.
8 Mas recebereis a
virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós: e ser-me- -eis testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.
9 E, quando dizia
isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o
a seus olhos.
INTRODUÇÃO
Nesta Lição,
destacaremos os escritos de Lucas, considerado o autor pentecostal por
excelência do Novo Testamento.
I -
LUCAS, O ESCRITOR PENTECOSTAL
1. Quem foi Lucas?
Lucas foi um médico
grego convertido ao cristianismo, e que se tornou depois companheiro de Paulo
em suas viagens missionárias. De suas mãos saíram dois documentos que
representa praticamente 25% do texto do Novo Testamento. Esses dois documentos,
o Evangelho de Lucas e os Atos dos Apóstolos, foram dirigidos inicialmente a um
homem chamado Teófilo, possivelmente um convertido interessado na história de
Jesus e dos apóstolos e que possivelmente financiou o projeto literário de
Lucas.
Pelo conteúdo do seu
texto, Lucas demonstra que teve uma educação diferenciada, pois
seus escritos trazem em torno de 800 palavras que não ocorrem nos demais textos
do Novo Testamento, em um grego refinado. E sua narrativa, como ele mesmo
expõe, foi feita de forma ordenada, tendo sido investigados os fatos de acordo
com a ordem em que ocorreram: “[...] por sua ordem, havendo-me já informado
minuciosamente de tudo desde o princípio” (Lc 1.3). Lucas é o único que traz o
relato da vida de Jesus de forma cronológica, procurando registrar todos os
acontecimentos na ordem em que ocorreram. De acordo com a tradição da Igreja,
Lucas teria morrido com mais de oitenta anos.
2. A produção literária de Lucas.
Lucas é o autor que
descreve a vida de Jesus de forma mais ampla em seu primeiro livro, o Evangelho
de Lucas, e que por meio de um segundo livro, Atos dos Apóstolos, mostra a
forma com que os discípulos de Jesus deram prosseguimento às obras do Mestre. Por
ser médico, relata com detalhes certas doenças e registra suas curas, como nos
casos da sogra de Pedro (Lc 4.37-39). do homem que tinha uma das mãos mirrada
(Lc 6.6-11) e do servo do centurião (Lc 7.1-10). Por ser gentio, apresenta
Jesus falando do reino de Deus a pessoas que a sociedade judaica não prezava,
como Zaqueu (Lc 19), e recebendo crianças para abençoar (Lc 18.15-17)- Sua
narrativa se inicia com os relatos de antes mesmo do nascimento de Jesus
Cristo. No seu Evangelho, vemos um farto material de parábolas, histórias que
Jesus contou para ilustrar verdades do Reino de Deus, como também um relato a
respeito das aparições de Jesus ressurreto aos seus discípulos. Em Atos, Lucas
dá prosseguimento à narrativa evangélica, desta vez mostrando o que os discípulos
de Cristo fizeram após o Senhor retornar aos céus.
3. Fontes dos escritos de Lucas.
Lucas, no seu
Evangelho, mostra o relato de testemunhas oculares dos fatos narrados. ELe
buscou pessoas que haviam convivido com Jesus, visto seus milagres, ouvido seus
ensinos e que foram libertas de doenças e espíritos imundos pelo poder do
Salvador. No livro de Atos, Lucas chega a participar de acontecimentos que ele
mesmo descreve, deixando de ser um mero ouvinte de relatos para ser um dos
protagonistas da própria narrativa. Isso pode ser visto nas vezes em que ele
usa o pronome pessoal "nós", indicando ser um protagonista dos
relatos, como na volta de Paulo para a Ásia (At 20.13), na viagem de volta a
Jerusalém (At 21.7) e na viagem de navio de Paulo a Roma (At 27.2). Sua ênfase
recai na atuação do Espírito Santo tanto na vida e ministério de Jesus como nas
obras que os discípulos desenvolveram nos primeiros anos da Igreja, chegando a
mostrar Paulo antes de seu martírio.
O Evangelho de Lucas
é iniciado, mostrando uma resposta de oração. Zacarias, futuro pai de João
Batista, tem a oportunidade de oferecer incenso por ocasião de seu ofício
sacerdotal, quando recebe a visita do anjo Gabriel e junto com ele a informação
de que seria pai (Lc 1.13). A Bíblia não registra a oração de Zacarias, mas
deixa claro que ele orava ao Senhor, e que sua oração foi respondida,
concedendo-lhe Deus a paternidade do precursor do Messias.
Lucas mostra Jesus orando
quando foi batizado e o Espírito Santo desceu sobre Ele (Lc 3.21,22). Jesus
ungido pelo Espírito Santo, se retira, depois de seu batismo, para o deserto a
fim de orar e, posteriormente, ser tentado pelo Diabo (Lc 4-1; 5.16). Jesus ora
uma noite inteira na ocasião em que está prestes a escolher seus discípulos (Lc
6.12). E somente Lucas registra que Jesus, na cruz, orou para que os seus
crucificadores fossem alcançados pelo perdão de Deus.
2. O Espírito de Deus enchendo e orientando pessoas.
Lucas tem um cuidado
especial ao registrar a ação direta do Espírito Santo na vida das pessoas que
conviveram com Jesus, o ouviram e creram nEle, e isso antes mesmo do ministério
de Jesus começar. É dito por ele que Maria, mesmo sendo virgem, seria mãe de
Jesus por obra do Espírito Santo (Lc 1.35), e que por essa ação Jesus seria
chamado "Filho do Altíssimo" (Lc 1.32). A prima da mãe do Salvador,
Isabel, ao receber a saudação de Maria, é cheia do Espírito Santo e João
Batista salta ainda no ventre de sua mãe (Lc 141). Este mesmo Espírito Santo
estava sobre Simeão, um homem justo e temente a Deus, que foi levado ao Templo
pelo Espírito para ver a salvação de Israel, o próprio menino Jesus, por
ocasião da apresentação deste no Templo (Lc 2.25-27). É o Espírito Santo que
capacita tais pessoas a falarem de forma profética, revelando-lhes informações
sobre Jesus.
Lucas registra a
ordem de Jesus aos discípulos, que ficassem em Jerusalém para serem revestidos
de poder e ser testemunhas do Senhor, completando assim, seu evangelho (Lc
24.49).
3. O Espírito de Deus agindo em Jesus.
Jesus, já adulto, é
batizado por João, e nesse momento o Espírito Santo veio sobre Ele em
"forma corpórea, como uma pomba” (Lc 3.22). Pela virtude do Espírito volta
para sua terra, a Galileia, para ensinar nas sinagogas, e tendo chegado a
Nazaré, leu o texto de Isaias que dizia: "O Espírito do Senhor é sobre mim
[...]" (Lc 4.18). É neste Evangelho que nos é dito que a "a virtude
do Senhor estava com ele para curar" (Lc 5.17).
Jesus, como relatado por
Lucas, deu poder aos seus discípulos para expulsarem demônios e curarem os
enfermos (Lc 9.1,2), virtude que só poderia ser dada peto Espírito Santo, que
estava em Jesus, o que é dito posteriormente peto mesmo Lucas, desta vez em
Atos.
III - OS
ATOS DOS APÓSTOLOS
1. A vinda do Espírito Santo.
Lucas registra a
descida do Espírito Santo não apenas como uma promessa feita pelo Senhor Jesus
Cristo, mas também as palavras do apóstolo Pedro, associando o evento, no
Pentecostes, à profecia de Joel. Esse é o registro da primeira interpretação da
profecia de Joel se cumprindo naqueles dias.
Da mesma forma que
Lucas prioriza os relatos de oração no Evangelho, ele o faz no livro de Atos.
Os discípulos de Jesus, no Dia de Pentecostes, não estavam comemorando a festa,
como era de costume, mas estavam orando no cenáculo, até que receberam a
virtude do Espírito. Os discípulos oraram quando ameaçados, e pediram que Deus
estendesse sua mão para curar e manifestar sinais e prodígios (At 4.30).
2. O poder do Espírito Santo.
Lucas registra a
descida do Espírito Santo e a conversão de quase três mil pessoas no Dia de
Pentecostes. Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu aos principais da
sinagoga a respeito da cura do coxo, na Porta Formosa, que foi realizada em
nome de Jesus (At 4.1-11). O mesmo Espírito Santo enche outros discípulos de
Jesus quando, ameaçados pelas autoridades, oravam pedindo ousadia para
testemunhar, e pediam que Deus fizesse sinais e prodígios (At 4.24-31). O
Espírito de Deus, de forma poderosa, encheu Estêvão diante de seus inimigos, de
tal forma que não podiam resistir "à sabedoria e ao Espírito com que
falava" (At 6.10), e lhe permitiu ver o próprio Senhor Jesus em pé à
direita de Deus momentos antes de encontrar com seu Salvador (At 755,56). Percebemos
que o Espírito agia tanto para trazer a palavra adequada de testemunho a
respeito de Jesus quanto para operar milagres, numa atuação diversificada.
Lucas registra em
Atos que na segunda viagem missionária, por duas vezes seguidas, Paulo, Silas e
Timóteo tentaram entrarem duas regiões, e foram impedidos pelo Espírito (At
16.6,7), uma referência clara de que Ele estava diretamente Ligado à expansão
missionária da igreja. O Espírito Santo é responsável por realizar sinais e
maravilhas, e direcionar os caminhos pelos quais a sua obra vai se desenvolver.
3. Os Atos do Espírito Santo.
Mais que registrar
atos dos discípulos de Jesus, Lucas registra os atos do Espírito Santo. Seus
escritos mostram que Deus está no controle da história, guia seus discípulos,
opera milagres e fala diretamente com seus servos.
Lucas mostra que
tanto judeus como gentios foram cheios do Espírito Santo, falaram em línguas e
receberam poder para serem testemunhas de Cristo (At 10.44-48). É Lucas quem
narra que um homem chamado Barnabé, cheio do Espírito Santo (At 11.22-24), foi
mandado para Antioquia, e lá viu a graça de Deus entre os crentes gentios. É
nessa mesma igreja que o Espírito Santo de Deus, tempos depois, disse que
separassem a Saulo e Barnabé para uma obra específica (At 13.1-3).
Pense!
Existe fundamentação
bíblica para o cessacionismo?
Ponto
Importante
Somos pentecostais e
não temos dúvidas quanto à atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons
espirituais.
SUBSÍDIO
A estrutura de Lucas-Atos
Todo estudioso do Novo
Testamento que se preze dirá que Lucas 4.16-30, o impressionante sermão de
Jesus em Nazaré, é paradigmático para o Evangelho de Lucas. Todos os principais
temas que serão mostrados no Evangelho são prenunciados aqui: a obra do
Espírito Santo; a universalidade do evangelho; a graça de Deus; a rejeição de
Jesus.
E este é o ponto
significativo em que a cronologia do Evangelho de Lucas é diferente do
Evangelho de Marcos. Aqui, Lucas toma um evento do meio do ministério de Jesus
e o coloca bem lá na frente para inaugurar o ministério de Jesus. Lucas faz
isso porque entende que esse evento — em especial a recitação de Jesus de
Isaías 61.1,2 e sua declaração de que essa profecia está agora sendo cumprida
em seu ministério — fornece insights importantes sobre a natureza de Jesus e
sua missão. Essa passagem, então, fornece um modelo para o ministério posterior
de Jesus.
É interessante
observar que Lucas fornece um tipo semelhante de introdução paradigmática ao
segundo volume, o livro de Atos. Depois da vinda do Espírito no dia de
Pentecostes, Pedro faz um sermão (At 2.14-41) que, em muitos aspectos, se
assemelha ao de Jesus em Lucas 4. No sermão, Pedro também se refere a uma
profecia do Antigo Testamento sobre a vinda do Espírito, desta vez Joel
2.28-32, e declara que essa profecia agora também está se cumprindo (At
2.17-21). A mensagem é clara. Assim como Jesus foi ungido pelo Espírito para
cumprir sua chamada profética, assim também os discípulos de Jesus foram
ungidos como profetas do fim dos tempos para proclamara Palavra de Deus. O
texto de Joel 2.28-32 que é citado aqui, como também a passagem paradigmática
em Lucas 4, mostra sinais de edição cuidadosa por parte de Lucas” (MENZIES,
Robert. Pentecostes: Essa História é a Nossa História. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2016, p.26).
CONCLUSÃO
A Bíblia é rica em
detalhes de como o Espirito Santo veio habitar naqueles gentios e judeus que
aceitaram a Jesus. Essa habitação traz consigo santidade, poder para resistirão
mal e testemunhar de Jesus. Não há um verso nas Sagradas Escrituras que nos
permita inferir que o batismo com o Espírito Santo, seguido do falar em outras
línguas, ficou restrito ao tempo dos apóstolos. Lucas registra o início da obra
do Santo Espírito, e sabiamente, não descreveu um encerramento dessa atividade,
pois o Espírito de Deus continua a mover pessoas com seu poder, acima de tudo,
para testemunhar de Cristo com autoridade.
Lucas é efetivamente
um escritor que dá ênfase à presença do Espírito Santo em seus dois livros e
suas obras são fontes primárias da doutrina pentecostal.
HORA DA
REVISÃO
1- Faça um pequeno resumo a respeito de Lucas.
Lucas foi um médico
grego convertido ao cristianismo, e que se tornou depois companheiro de Paulo
em suas viagens missionárias, De suas mãos saíram dois documentos que
representa praticamente 25% do texto do Novo Testamento.
2- Quais eram as fontes dos escritos de Lucas?
Lucas, no seu
Evangelho, mostra o relato de testemunhas oculares dos fatos narrados, Ele
buscou pessoas que haviam convivido com Jesus, visto seus milagres, ouvido seus
ensinos e que foram libertas de doenças e espíritos imundos pelo poder do
Salvador, No Livro de Atos, Lucas chega a participar de acontecimentos que ele
mesmo descreve.
3- Cite, de acordo com a lição, um dos enfoques do
Evangelho de Lucas.
Sua ênfase recai na
atuação do Espírito Santo tanto na vida e ministério de Jesus como nas obras
que os discípulos desenvolveram nos primeiros anos da igreja, chegando a
mostrar Paulo antes de seu martírio.
4- O Espírito Santo agiu, atuou na vida de Jesus? Fale a
esse respeito.
Jesus, já adulto, é
batizado por João, e nesse momento o Espirito Santo veio sobre Ele em
"forma corpórea, como uma pomba” (Lc 3.22). Pela virtude do Espírito volta
para sua terra, a Galileia, para ensinar nas sinagogas, e tendo chegado a
Nazaré, leu o texto de Isaias que dizia; “O Espírito do Senhor é sobre mim (Lc
4.18).
5- Segundo a lição, o que mostram os escritos de Lucas?
Seus escritos mostram
que Deus está no controle da história, guia seus discípulos, opera milagres e fala
diretamente com seus servos.